Sorriso amargo, noite quente, a magia que me envolveLuz fraca que me cativa, o meu reflexo não devolveVibrações sem destino, prisão no vulto que me cobreSegredos ao ouvido e promessas por cumprirObjetivos camuflados, vontade de desistirMotivação enterrada, compreensão reforçadaRotina disfarçada, por obrigações controladaOs muros que ergui não me deixam ver a luzAs paredes falam comigo: conversa não me seduzSinto a brisa fria que me percorre o rostoOlhos abertos e não consigo ver o que era supostoTenho marcas de batalhas em que nunca combatiSinto o gosto a salgado por sofrer o que não sofriA mesma cara no espelho, mas o fundo é coloridoToques suaves atraem a atenção adormecidaPequenas coisas dão e terão sentido a esta vida(refrão)Fecho os olhos e tudo desvaneceDisperso-me da dor mas ela não desapareceFecho os punhos, tento ter a força p’ra lutarSó quero que tudo mude depois de acordar(2x)Caneta enfeitiçada vai escrevendo sem ter ordemFantasmas do passado nestas linhas me consomemLinhas preenchidas, com feridas mal saradasVozes que me julgam sem quererem ser julgadasInferno prematuro disfarçado de vivênciaRotina assassina vai apagando a minha essênciaReclamo a vitória num jogo já perdidoDeslimpa a minha honra e não me deixa esquecidoDesabafos inconstantes são pedras desta muralhaTento ser feliz mas a tristeza atrapalhaViver é o pesadelo do qual eu tento acordarFelicidade é o castelo que não consigo conquistarVou encantando a multidão como se encanta uma serpenteRimas são a melodia que encanta a vossa mentePalavras são espadas que esquartejam como um serPorque a inveja teima em querer-me vencer(refrão)Fecho os olhos e tudo desvaneceDisperso-me da dor mas ela não desapareceFecho os punhos, tento ter a força p’ra lutarSó quero que tudo mude depois de acordar(2x)Aquilo que era ontem, amanhã posso não serAmanha serei o eco daquilo que hoje defenderObstáculos constantes, as vitórias saborosasRevolta:não- talento, calo bocas raivosasMelodias repetidas num álbum de inspiraçãoCada verso sofrido fura até ao coraçãoVerbos conjugados em tempos por inventarSoluções p’ra problemas que estão por criarAtitude revolucionária inteligência contémSangue derramado por culpa de ninguémSentimentos pisados nunca foram apagadosFeixe de luz branca, elevação procuradaCaneta sem tinta não pára de escreverNão é tempo nem silêncio, não há nada a perderAbanado pelo vento, procurado pelo medoUm som de mistério eterno em tom de segredo(refrão)Fecho os olhos e tudo desvaneceDisperso-me da dor mas ela não desapareceFecho os punhos, tento ter a força p’ra lutarSó quero que tudo mude depois de acordar(2x)Toco as notas do drama no piano da vida‘tou na sala da tristeza e não encontro a saídaA guitarra do tempo toca o som do desesperoA essência da alegria, nem sequer lhe sinto o cheiroA tristeza e a felicidade consumaram a rupturaTempo é a doença para a qual não tenho a curaFerida cozida com pontos de reticênciasVersos são doutores que curam estas experiências(?) descoberto pelo pirata erradoTesouro perdido num mar revoltadoDor atrevida que opina sem razãoTempo destruído num paraíso de ilusãoEsqueço o passado e dou vida à verdadeSopro a tristeza do bolo da felicidadeSofrimento renascido duma prosa infinitaFelicidade com passagem interdita(refrão)Fecho os olhos e tudo desvaneceDisperso-me da dor mas ela não desapareceFecho os punhos, tento ter a força p’ra lutarSó quero que tudo mude depois de acordar(4x)